Delegado diz que parlamentares gonçalenses eram investigados por suposta participação em fraudes. Esquema fraudulento teria desviado milhões do SUS do município
O Departamento de Polícia Federal investigava a participação de vereadores no esquema fraudulento que teria desviado mais de R$ 200 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em São Gonçalo. No inquérito instaurado em 2006, constam os nomes de alguns parlamentares e ex-vereadores que teriam participação no esquema. A informação foi confirmada pelo delegado do núcleo de crimes previdenciários da DPF de Niterói, Pedro Gama. A Secretaria Municipal de Saúde, a Fundação Municipal de Saúde e o Conselho de Saúde, além da Câmara já teriam sido oficiados pela PF. Ainda segundo o delegado, auditoria feita pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil nos relatórios das clínicas supostamente envolvidas, não teria encontrado irregularidades.
O esquema teria sido denunciado por um ex-vereador de São Gonçalo. Na época, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, teria encaminhado o caso para a DPF. Atualmente, o inquérito está no Ministério Público Federal (MPF), a pedido dos promotores, para execução de novas diligências.
“Esse é o procedimento comum nos inquéritos policiais. Em aproximadamente duas semanas, ele deve retornar para cá”, informou o delegado.
Gama admite que a investigação está lenta, mas tomou os procedimentos necessários.
“Eu pessoalmente estou com essa investigação há pelo menos oito meses. O último andamento dela foi em 2009, quando solicitei documentos da Secretaria de Saúde daquele município, que ainda não foram entregues”, alegou, argumentando que, inicialmente, oficiou os órgãos para obter as primeiras informações, para depois intimar funcionários e o secretário de Saúde na época, Márcio Panisset.
Delegado tem segurança reforçada
Responsável pela a operação Panacéia, na última segunda-feira, em São Gonçalo, que apreendeu documentos na Secretaria Municipal de Saúde, em três clinicas e em um laboratório que estariam envolvidos nas fraudes do SUS, por suspeita de forjarem atendimentos a pacientes fantasmas, o delegado titular da 72ª DP (Mutuá) Adilson Palácio, revelou que precisou reforçar a segurança e que está sendo acompanhado 24 horas por agentes da distrital responsáveis por garantir sua integridade física.
“Muitas pessoas estão envolvidas no caso, preciso me resguardar”, ressaltou o delegado, sem entrar em detalhes sobre ameaças que possa ter sofrido.
O Fluminense
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